Caracterizadas por linhas finas que aparecem na face, principalmente na área dos olhos e ao redor da boca, as rugas são resultado da perda de elasticidade e volume da pele. Esse envelhecimento cutâneo que ocorre em decorrência da diminuição do colágeno pode ser impulsionado por fatores comportamentais e fatores externos. Entre os exemplos estão hábitos alimentares, ausência de atividade física, estresse e falta de sono, assim como fatores genéticos e hormonais. Apesar do movimento repetitivo dos músculos através de expressões faciais – como o sorriso – ser constantemente associado ao surgimento das rugas, muito do que se associa a esse fato é mito.
Sorriso, choro, fala ou careta evidenciam as marcas do rosto e isso acontece devido ao movimento dos músculos faciais que se mexem ou contraem. Assim, mesmo que ao sorrir as linhas se evidenciem, o sorriso não é o vilão para o surgimento das rugas. De acordo com o cirurgião plástico Luís Maatz, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), durante o envelhecimento ocorre um processo natural de oxidação caracterizado pela perda das fibras de colágeno e elastina, que sustentam os tecidos corporais. “Quando associado a fatores externos como sedentarismo, alimentação inadequada, tabagismo, exposição solar excessiva e poluição, entre outros, abreviam o envelhecimento cutâneo, acelerando o surgimento das rugas”, descreve.
Ainda que sorrir menos possa atenuar esse processo, a verdade é que cedo ou tarde as rugas vão surgir. Portanto, a recomendação é não economizar nas risadas. Afinal, o sorriso libera substâncias como serotonina e endorfina que proporcionam sensação de bem-estar e reduzem o risco de problemas como depressão e ansiedade.
Atenção aos mitos!
- Sorrir frequentemente causa rugas ao redor dos olhos
Mito – Embora sorrisos possam formar linhas ao redor dos olhos (os chamados ‘pés de galinha’), as marcas são, em grande parte, temporárias. Na verdade, rugas mais profundas resultam principalmente de fatores como a exposição ao sol e a diminuição de colágeno que ocorre com a idade. “Artigos científicos reforçam que até 90% dos sinais de envelhecimento cutâneo são causados pela exposição aos raios UVA”, destaca o especialista.
- Evitar expressões faciais reduz o surgimento de rugas
Mito – Reprimir expressões faciais não impede o envelhecimento da pele. De acordo com o cirurgião plástico, pesquisadores da Mayo Clinic afirmaram recentemente que a genética e o estilo de vida têm um impacto muito maior na formação de rugas do que expressões temporárias. “Além disso, o estímulo dos músculos faciais ajuda a preservar a tonicidade e a sustentação da pele ao longo do tempo, retardando a flacidez e o envelhecimento do rosto”, observa.
- O hábito de franzir a testa aumenta a propensão às rugas
Mito – Qualquer expressão repetida pode criar linhas temporárias, mas as linhas duradouras resultam de fatores mais complexos como a genética e a degradação estrutural da pele. O cirurgião plástico destaca que estudos mostram, inclusive, que sorrisos e expressões neutras, quando acompanhados de exposição ao sol, têm o mesmo potencial de formar rugas.
- Rugas de expressão são irreversíveis
Mito – Muitas rugas de expressão são dinâmicas, ou seja, aparecem apenas ao fazer certas expressões e não são permanentes. Nestes casos, procedimentos como a aplicação de toxina botulínica (com indicação do médico especialista) ajudam a suavizar as linhas já existentes.
- Botox previne o surgimento de rugas
Mito – De acordo com um artigo de revisão publicado no Brazilian Journal of Health Review, o uso da toxina botulínica na prevenção do surgimento de rugas faciais demonstrou ser eficaz, mas sua aplicação para essa finalidade ainda é objeto de debate pela comunidade científica.
