A síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico provocado pelo esgotamento profissional caracterizado pela exaustão emocional. De acordo com dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com essa condição. Desde 2022, a síndrome é classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença ocupacional. Geralmente confundido com cansaço extremo, o Burnout pode manifestar outros sintomas que levam a prejuízos físicos, psíquicos e emocionais.
A psicóloga Maria Teresa de Almeida Fernandes afirma que a síndrome de Burnout é muito comum em profissionais que atuam diretamente sob pressão e com inúmeras responsabilidades. “Quando aliada a questões psíquicas pré-existentes, a síndrome de Burnout tende a agravar a resposta emocional”, observa a coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Santa Marcelina.
A particularidade é que, mesmo com a sensação de esgotamento, a pessoa continua exposta àquele ambiente. Isso ocorre por questões sociais ou financeiras e acaba evoluindo para um quadro cada vez mais intenso. A síndrome de Burnout pode causar prejuízos físicos como, por exemplo, dores musculares, distúrbios respiratórios, transtornos cardiovasculares, alterações menstruais, dores de cabeça e no corpo, além de pressão alta, entre outros (veja abaixo).
Muito mais que cansaço
Diferentemente dos sintomas da síndrome de Burnout, o cansaço é uma manifestação física ou mental causada por excesso de esforço. E isso ocorre quando o indivíduo apresenta, por exemplo, indisposição e falta de energia para determinada tarefa. A psicóloga ressalta que o cansaço no ambiente corporativo pode ter como causa uma sobrecarga profissional, como excedentes de trabalho, preocupação em demasia, cobranças e/ou autocobranças exageradas. “Quando o cansaço for excessivo e por tempo prolongado deixa de ser um sintoma isolado, pode evoluir para um quadro de Burnout”, analisa.
Cuidados
Se o indivíduo reconhecer questões emocionais e físicas importantes que interfiram na rotina e nas relações profissionais (inclusive o cansaço excessivo), é preciso buscar ajuda especializada. De acordo com a psicóloga, o tratamento da síndrome de Burnout pode incluir medicamentos para tratar os sintomas, assim como psicoterapia e acompanhamento médico de forma constante.
“Nesse processo, também é importante que o paciente tenha uma rede de apoio formada por família, amigos e colegas de trabalho”, orienta. Se necessário, tem de haver uma readequação na rotina de trabalho, assim como a adoção de hábitos de vida mais saudáveis. Em resumo, isso inclui atividade física regular, alimentação equilibrada e exercícios de relaxamento, como a meditação. Ao atuar no alívio do estresse e controle dos sintomas, tais recomendações contribuem para que a recuperação seja completa.
Sintomas mais frequentes
- Fadiga constante e progressiva
- Exaustão emocional
- Desânimo
- Insônia
- Perda de apetite
- Irritabilidade
- Dificuldade de concentração
- Despersonalização
- Baixa autoestima
- Redução de eficácia
- Isolamento social
- Ansiedade
- Depressão