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Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas

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O papel dos PCDT no cuidado com a saúde

Escrito por: Fernanda Ortiz

O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) é um instrumento essencial para reduzir desigualdades no sistema de saúde. O objetivo é garantir aos pacientes acesso a cuidados fundamentados em evidências científicas, ou seja, a terapias eficazes e suporte integral. Elaborado no Brasil pelo Ministério da Saúde, tais protocolos clínicos estabelecem orientações para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento de doenças específicas.

Ao estabelecer critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde, a implantação de um PCDT favorece um cuidado integral ao paciente. Isso inclui o tratamento preconizado com medicamentos apropriados, posologias recomendadas e mecanismos de controle clínico, assim como acompanhamento e verificação dos resultados terapêuticos.

“Um PCDT deve ser baseado em evidência científica, considerando critérios de eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade das tecnologias recomendadas”, afirma o neurologista Herval Neto, do Centro de Excelência em Esclerose Múltipla e Doenças Desmielinizantes do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), em São Paulo. Apesar de sua importância, muitas doenças ainda não possuem um PCDT no Brasil, a exemplo da neuromielite óptica. Essa condição autoimune rara ataca o sistema nervoso central causando surtos que podem levar à perda de visão, paralisia e outras sequelas graves.

Desassistidos

O neurologista comenta que, para doenças complexas e raras como a neuromielite óptica, a ausência de um Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas pode significar atraso no diagnóstico, tratamentos inadequados e o agravamento de sequelas irreversíveis. “Um PCDT é muito mais do que um guia técnico. Trata-se de uma ferramenta que organiza o cuidado, facilita o acesso e reduz as incertezas enfrentadas por pacientes e profissionais de saúde”, detalha.

De acordo com o médico, a ausência de um PCDT específico para doenças raras atinge profundamente os doentes. “Os pacientes desassistidos enfrentam consequências econômicas e sociais que reverberam em suas famílias e comunidades, perpetuando o ciclo de desigualdades sociais e econômicas”, observa. O especialista, que também coordena o Ambulatório de Esclerose Múltipla do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE), ressalta que somente com diretrizes objetivas e direcionadas é possível evitar diagnósticos tardios, surtos severos e hospitalizações prolongadas que são onerosas, inclusive, para o sistema de saúde.

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