As marmitas congeladas podem ser uma ótima opção para quem busca praticidade, economia de tempo e uma alimentação saudável. Entretanto, essa prática que se popularizou nos últimos anos exige uma série de cuidados. Para evitar riscos à saúde, é preciso estar atento aos processos de preparação, armazenamento, congelamento e descongelamento das refeições. Afinal, apenas quando feito corretamente o congelamento preserva a qualidade dos alimentos e evita o risco de contaminações.
Especialmente utilizadas por pessoas com pouco tempo para preparar as refeições, as marmitas congeladas podem ser produzidas periodicamente e armazenadas no congelador para preservação dos alimentos. “Quando as refeições são preparadas em casa ou por um fornecedor capacitado que utilize alimentos naturais, de boa procedência e saudáveis, não existem riscos à saúde”, garante a nutricionista Marlucy Lindsey Vieira, da Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Nakamura, em São Paulo. Além disso, os processos de preparação e cozimento adequados preservam a qualidade dos alimentos.
A especialista esclarece que, ao serem congelados, os alimentos não perdem seu valor nutricional, pois não há redução de calorias, fibras ou minerais. Ademais, mantêm a quantidade de gordura, proteínas, açúcar e carboidratos. Para isso, existe um tempo ideal de armazenamento que equivale a até 90 dias no freezer, com temperaturas entre -18° e -20°. “Ultrapassando esse período pode ocorrer a perda de vitaminas, como o folato e a vitamina C”, observa.
Dicas de preparo
Mais do que a escolha de bons produtos, é preciso adotar técnicas de preparo que se diferem de acordo com os alimentos. Os legumes, por exemplo, devem ser preparados utilizando a técnica de branqueamento. Primeiro, são mergulhados em água fervente (60ºC a 100ºC) por dois minutos para inativar as enzimas. Na sequência, devem ser transferidos para um recipiente com água gelada e pedras de gelo por dois minutos para frear o cozimento. “Após retirá-los da água, devem secar sobre um pano limpo e seco”, ensina a especialista. Dessa forma, os produtos mantêm a cor, consistência e o sabor.
Cozinhar bem os alimentos e selar as carnes com um fio de azeite na panela (formando uma pequena crosta) contribui para impedir a liberação de água quando a marmita estiver descongelada. O mesmo vale para os alimentos assados, que tendem a liberar pouca água. A nutricionista recomenda, ainda, colocar menos sal do que o habitual, pois o congelamento realça o sabor salgado. Apesar da grande variedade de alimentos indicada para a montagem das marmitas, aqueles com alto índice de água como, por exemplo, o chuchu e a abobrinha, devem ser evitados.
Armazenamento
Após o preparo, é fundamental esfriar completamente as marmitas antes de fechá-las e colocá-las no congelador. A nutricionista explica que essa é uma recomendação importante, pois, se a marmita for tampada com o alimento ainda quente, o vapor condensa e forma gotículas de água que, congeladas, se transformam em cristais de gelo no recipiente e na tampa. Quando descongeladas, levam ao acúmulo de água no fundo da marmita que pode interferir no sabor e na consistência dos alimentos.
Em contrapartida, o tempo de espera após a preparação não pode ser longo. “Esfriou, guardou, pois o congelamento impede a ação das bactérias, que começam a agir rapidamente após o preparo”, destaca. Uma vez retirada para consumo, a marmita não deve ser congelada novamente. Por fim, a especialista destaca a importância da escolha dos recipientes.
“As melhores embalagens são as de vidro com tampa hermética, consideradas mais simples de higienizar e mais sustentáveis”, sugere. Além disso, embalagens de plástico do tipo BPA Free atestam que o produto é livre de bisfenol A (composto orgânico sintético usado na produção de plásticos), que é prejudicial à saúde. Independentemente do tipo escolhido, as embalagens devem ser sinalizadas com as datas de produção e validade, garantindo o consumo dentro dos prazos adequados.