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Tuba uterina

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Hidrossalpinge ocorre quando a tuba uterina se dilata

Escrito por: Elessandra Asevedo

Pouco mencionadas nas discussões sobre a saúde da mulher, as trompas de Falópio são uma parte essencial do sistema reprodutor feminino. No entanto,  podem ser afetadas por problemas silenciosos, como a hidrossalpinge, que ocorre quando a tuba uterina se dilata e fica cheia de líquido. Muitas mulheres descobrem essa condição durante exames de rotina ou em investigações sobre infertilidade pois, geralmente, não apresenta sintomas.

A hidrossalpinge impacta muito na saúde feminina, e apenas uma tuba comprometida já pode ser suficiente para provocar infertilidade, independentemente da dilatação. De acordo com o ginecologista especialista em reprodução assistida Bruno Ramalho, diversos fatores podem causar danos e bloqueios na extremidade da tuba, resultando no acúmulo de líquido em seu interior.

“Cirurgias pélvicas anteriores, infecções, endometriose ou outras fontes de inflamação são exemplos de situações que podem levar ao desenvolvimento da hidrossalpinge”, explica o médico, que é professor adjunto do curso de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB). Embora seja um mal silencioso, a dor pélvica e o corrimento vaginal podem estar associados ao quadro.

Entretanto, nos casos de endometriose a dor tende a ser relacionada mais à inflamação do que à dilatação propriamente dita.  Diante das suspeitas após o exame ginecológico, o diagnóstico se dá por meio do exame de histerossalpingografia. Além disso, podem ser solicitados ressonância magnética da pelve ou ultrassonografia transvaginal nos casos mais volumosos.

Tratamento e gravidez

Além do risco aumentado de gravidez ectópica, que ocorre na própria tuba uterina comprometida, hidrossalpinges volumosas podem dificultar a gravidez. E isso pode ocorrer até mesmo em mulheres que necessitam realizar o tratamento de fertilização in vitro. Por causa disso, o tratamento envolve, em muitos casos, a retirada da trompa afetada.

Ademais, há casos excepcionais em que é possível realizar uma salpingostomia, que consiste na abertura cirúrgica da tuba uterina. Entretanto, é uma abordagem que pode ter resultados limitados, assim como risco alto de a condição retornar. De acordo com o especialista, se a hidrossalpinge afetar apenas uma tuba a outra pode estar funcional e, assim, permitir uma gestação espontânea.

“Nos casos mais graves em que ambas as trompas estão dilatadas, as técnicas de reprodução assistida podem ser uma solução, pois dispensam a função das trompas”, resume o ginecologista. Já nas situações de hidrossalpinge visível por ultrassonografia, geralmente se recomenda a remoção cirúrgica das trompas antes da transferência de embriões para o útero.

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