Descrita como uma sensibilidade à luz, a fotofobia é uma condição visual que ocorre quando as células fotossensíveis da retina não suportam o excesso de luminosidade, seja natural ou artificial. Este sintoma ocorre em diferentes graus e pode estar associado a problemas como astigmatismo, catarata, ceratocone e uveíte (leia mais). Além disso, pode ser uma resposta subjacente ao uso de determinados medicamentos e a outras doenças que não estão diretamente ligadas aos olhos. Entre elas estão as condições neurológicas, sistêmicas e hormonais.
Ainda que possa acometer qualquer pessoa, a frequência é maior naquelas com olhos claros (verde, azul e castanho claro) ou albinas, devido à maior sensibilidade nas células da córnea e da retina. Na maioria dos casos a sensibilidade é ocasionada pela luz brilhante. No entanto, em graus mais graves qualquer tipo ou intensidade de luz pode incomodar.
De acordo com o médico oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, em Campinas (SP), a sensibilidade à luz geralmente vem acompanhada de outros sintomas. “Visão embaçada, vermelhidão ocular, lacrimejamento, ardência, inchaço ocular, dor nos olhos e na cabeça são alguns dos indicativos que demandam atenção para prevenir maiores prejuízos à saúde ocular”, observa.
Além disso, a sensibilidade à luz pode estar associada a uma alteração na quantidade ou qualidade da lágrima (síndrome do olho seco), a cicatrizes na córnea causadas pelo uso abusivo de lentes de contato, à conjuntivite malcuidada ou ceratite (inflamação da córnea). Ademais, condições neurológicas como enxaqueca, encefalite ou meningite podem contribuir para o problema.
Mulheres e medicamentos
As oscilações hormonais femininas, somadas ao frequente contato da mucosa ocular com cosméticos e maquiagens, aumentam o risco da síndrome do olho seco e, consequentemente, de fotofobia. Além disso, anticoncepcionais, antibióticos, antialérgicos, antiarrítmicos, anti-hipertensivos, corticoides e medicamentos indicados para acne, como a isotretinoína, também podem contribuir para a sensibilidade à luz.
“Nestes casos, a recomendação para diminuir o desconforto e proteger os olhos da sensibilidade à luz é usar óculos escuros com lentes que filtrem 100% da radiação UV”, sugere o oftalmologista, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Pela possibilidade de estar associada a outras condições médicas, o diagnóstico e o tratamento da fotofobia dependem de exame criterioso feito por um médico especialista.
Sintomas associados
- Visão embaçada
- Vermelhidão ocular
- Lacrimejamento
- Ardência
- Inchaço ocular
- Dor nos olhos e na cabeça
Doenças que mais causam fotofobia
- Astigmatismo
- Ceratocone
- Catarata
- Uveíte