Viver com diabetes exige cuidados constantes e adaptações no dia a dia, o que pode afetar a saúde mental. Com isso, podem ocorrer situações de ansiedade e estresse, tanto para os que convivem com a doença quanto para os cuidadores. O diabetes tipo 1 ocorre quando o sistema imunológico ataca por engano as células do pâncreas que produzem insulina. Sem insulina, a glicose fica do lado de fora das células sem conseguir entrar e gerar energia.
O diabetes tipo 1 geralmente surge na infância ou adolescência, ainda que possa aparecer em qualquer idade. O tratamento envolve obrigatoriamente o uso de insulina para repor a falta absoluta desse hormônio. De acordo com o endocrinologista Augusto Santomauro Jr, do Hospital BP – a Beneficência Portuguesa de São Paulo, ansiedade e depressão são os transtornos mais comumente desencadeados pelo convívio com o diabetes.
“Um dos maiores impactos na saúde mental é o medo de queda do açúcar no sangue, que pode causar sintomas como tremores, tontura e confusão mental. Isso gera ansiedade e receio de ter novas crises”, reforça. Além disso, a pressão sobre o paciente com diabetes tipo 1 para monitorar a glicose corretamente e aplicar insulina nos horários certos também leva ao estresse.
Ademais, seguir uma dieta rigorosa, praticar exercícios regularmente e manter seus exames laboratoriais dentro da meta constituem fatores de angústia. Dentro deste contexto, o acompanhamento psicológico é crucial para ajudar a lidar com as emoções e os desafios do diabetes tipo 1.
Atenção às dicas!
Paciente
- Não se isole – Procure o apoio de familiares, amigos e profissionais da saúde. Compartilhe sentimentos, busque ajuda quando necessário e participe de grupos de apoio. Conviver com outras pessoas que entendam os desafios do diabetes tipo 1 ajuda a se sentir acolhido e a trocar experiências.
- Faça atividades – Pratique atividades que promovam o bem-estar emocional e físico e encontre hobbies para desenvolver. Pais e responsáveis também precisam cuidar da saúde mental, pois isso é fundamental para cuidar do outro. Tenha tempo para relaxar e busque ajuda profissional quando necessário. Além disso, tente desenvolver tarefas prazerosas e faça atividades em grupo, como jogar, ler, passear ao ar livre ou assistir a filmes.
- Informe-se sobre o diabetes – Educação sobre a doença é essencial para enfrentar os diversos obstáculos. Por isso, mantenha-se atualizado sobre as novidades em tratamento e tecnologias. Ademais, participe de programas de educação em diabetes e busque orientação de profissionais de saúde. Conte com a ajuda de uma equipe multidisciplinar.
- Seja paciente – Haverá dias mais desafiadores. Tenha paciência e compaixão consigo mesmo, aprendendo com os erros e seguindo em frente. Afinal, viver com diabetes exige esforço e disciplina. Reconheça e celebre cada conquista, por menor que seja, para manter a motivação e a autoestima. Incorpore o diabetes à sua vida, rotina e ao seu estilo de vida. Não deixe que o diabetes impeça de fazer as coisas que gosta.
Pais e responsáveis
- Estejam presentes – Demonstrem amor, compreensão e apoio incondicional aos filhos. Estejam disponíveis para ouvi-los sem julgamentos e validem seus sentimentos. Ao mesmo tempo, incentivem a autonomia. À medida que os filhos crescem, estimulem a independência no autocuidado, orientando-os e permitindo que assumam gradualmente a responsabilidade pelo tratamento.
- Tenham uma comunicação aberta – Mantenham um diálogo aberto e honesto sobre o diabetes. Expliquem a doença e o tratamento de forma clara e adequada à idade da criança ou adolescente. Criem um ambiente de apoio e estimulem a participação dos seus filhos em atividades sociais e esportivas, promovendo a interação com outras crianças e adolescentes.
- Mantenham uma rotina – Isso ajuda a organizar o dia a dia e facilita o manejo do diabetes. Não esqueçam de comemorar as pequenas vitórias. Reconheçam e celebrem cada conquista no controle do diabetes, reforçando a autoestima e a motivação. Concentrem-se no presente, não se prendam a pensamentos negativos sobre o futuro.