O cigarro eletrônico, ou vaper, ficou muito popular nos últimos anos e é usado principalmente por adolescentes e jovens com até 25 anos. De acordo com dados de pesquisa do Instituto de Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC), quase três milhões de adultos utilizam cigarro eletrônico no Brasil, com aumento de 600% no número de usuários em apenas seis anos. Entretanto, o novo vício já é considerado preocupante, embora os estudos ainda estejam sendo realizados para entender quais são os reais malefícios causados pelo dispositivo.
Segundo o médico pneumologista Rafael Futoshi, do Hcor, em São Paulo, o vapor emitido pelo cigarro eletrônico possui muitas substâncias químicas. Assim, essa fumaça irrita completamente as vias respiratórias, deixando-as vulneráveis a vírus e bactérias do ambiente. “O mesmo acontece ao inalar esse vapor, que pode comprometer as células do pulmão e inibir a capacidade plena, impedindo que o órgão se proteja de infecções”, explica. Além disso, certos líquidos utilizados possuem alta quantidade de nicotina, causando mais vício.
Ademais, a placa do aparelho libera materiais pesados que estão envolvidos no processo de formação do câncer junto com o tabagismo. Dessa forma, aumenta o risco de desenvolver neoplasia maligna no pulmão e em outros órgãos. “Esses materiais também podem causar diversas outras doenças, como infecções das vias aéreas respiratórias”, acrescenta o médico. Outra grande preocupação é que parte dessa população passa a utilizar o cigarro convencional depois de iniciar com o eletrônico.
Nicotina
O principal vilão do tabagismo continua sendo a nicotina, droga que causa dependência e possui relação direta com a formação de células cancerígenas. O tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de pulmão, que tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) cerca de 85% dos casos diagnosticados estão associados ao consumo de derivados de tabaco.
Nada inocente
Para quem está começando a utilizar o cigarro eletrônico, os médicos alertam que o ideal é parar o quanto antes. Para quem nunca experimentou, o melhor é evitar. O pneumologista lembra que o ato de cessar o tabagismo traz diversos benefícios à saúde em curto, médio e longo prazos, incluindo a redução do risco de câncer e doenças cardiovasculares. “Caso haja dificuldade, os médicos podem oferecer todo o suporte necessário para ajudar a parar de fumar”, sinaliza.
