Logo Yakult 90 anos - Site
Biotecnologia e inteligência artificial

• Conteúdos Semanais | Tecnologia

Biotecnologia e IA nas doenças reumatológicas

Escrito por: Elessandra Asevedo

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, as doenças reumáticas acometem mais de 15 milhões de brasileiros, de qualquer idade, e causam limitações, aposentadoria precoce e sérios impactos no sistema de saúde. Por isso, a identificação precoce de enfermidades reumatológicas é fundamental para garantir um tratamento eficaz e prevenir danos permanentes. Assim, inovações como a biotecnologia e a inteligência artificial têm acelerado o diagnóstico.

Os exames laboratoriais, a exemplo do fator reumatoide e anticorpos antinucleares, desempenham um papel central no diagnóstico de condições como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico. “Além de estabelecer diagnósticos, esses exames também ajudam a diferenciar doenças com sintomas semelhantes”, pontua o reumatologista e patologista clínico Cristóvão Mangueira, membro da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML).

De acordo com o especialista, os anticorpos anti-CCP são particularmente específicos para a artrite reumatoide e, por isso, são frequentemente utilizados para diagnósticos precoces. Em casos de lúpus eritematoso sistêmico, anticorpos como anti-dsDNA e anti-SM são fundamentais para a confirmação. Para vasculites sistêmicas, os anticorpos anticitoplasma de neutrófilos (ANCA) são o principal marcador a ser considerado.

Especificidades

O médico acentua que não existe um protocolo único para todos os pacientes, pois a escolha dos exames deve ser adaptada à apresentação clínica individual. “Um protocolo inicial pode incluir fator reumatoide, anticorpos antinucleares, anti-CCP, proteína C-reativa (PCR) e velocidade de hemossedimentação (VHS), mas deve sempre ser ajustado conforme a necessidade de cada paciente”, reforça.

Os avanços em biotecnologia e inteligência artificial também têm revolucionado o diagnóstico. Testes baseados em imunofluorescência associados a algoritmos de inteligência artificial estão se tornando ferramentas valiosas, aumentando a especificidade e a sensibilidade dos exames. Em resumo, essas inovações têm potencial para acelerar o diagnóstico e facilitar a identificação de padrões complexos, utilizando também perfis multiplexados de autoanticorpos.

A detecção precoce dessas doenças permite intervenções rápidas que podem reduzir significativamente o risco de danos articulares e comprometimento de órgãos vitais. “Com o tratamento adequado, é possível controlar a atividade da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, aumentando suas chances de remissão”, acentua o especialista.

DIREITOS RESERVADOS ®
Proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Companhia de Imprensa e da Yakult.

Matérias da Edição

• Mais sobre Conteúdos Semanais