A alopecia areata é uma doença autoimune que causa perda de pelos em áreas localizadas ou em todo o corpo. A doença pode acometer o couro cabeludo ou qualquer outra região pilosa, como barba, cílios e sobrancelhas. Pessoas de todas as idades podem ser atingidas, desde a infância até a vida adulta. No entanto, aqueles com predisposição genética ou outras doenças autoimunes, como distúrbios da tireoide, artrite reumatoide e lúpus, têm maior propensão.
Essa condição, que costuma apresentar surtos ao longo da vida, exige monitoramento contínuo. De acordo com a médica dermatologista Fabiane Brenner, da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), alguns sintomas são mais percebidos. “Esses sinais surgem como áreas arredondadas com queda de cabelo, deixando o couro cabeludo liso e sem fios”, relata. A abordagem, no entanto, pode variar conforme o grau da alopecia areata em cada paciente.
O tratamento é variado e pode incluir produtos tópicos, como anti-inflamatórios aplicados diretamente nos locais afetados, bem como injeções de medicamentos nas falhas. Em alguns casos, são prescritos remédios orais que incluem anti-inflamatórios e imunossupressores. “Recentemente, também têm sido utilizados medicamentos inibidores de JAK (Janus quinase), que ajudam a interferir na resposta inflamatória do organismo”, explica a médica. O objetivo é estimular o crescimento dos pelos e cabelos e controlar a resposta inflamatória que está causando a perda.
Ajuda profissional
A dermatologista Rita Cortez, assessora do Departamento de Cabelos e Unhas da SBD, relata que a doença pode ser provocada por diferentes fatores. E, embora não exista uma maneira garantida de prevenir a alopecia areata, é possível minimizar o risco com o conhecimento dos fatores que podem desencadeá-la. Assim, essa doença que acomete 1 a cada 100 indivíduos, ou seja, 1% da população, precisa ser avaliada por um especialista.
“A alopecia pode ser influenciada por predisposição genética, mas também ser originada por fatores ambientais como estresse, infecções como a Covid-19 ou mudanças drásticas na rotina”, acentua. Portanto, o dermatologista é o profissional capacitado para a avaliação dos sintomas e prescrição de medicamentos e desempenha um papel fundamental na abordagem holística da alopecia areata.
Além de tratar as regiões afetadas, o dermatologista também vai avaliar as possíveis condições autoimunes associadas, assim como oferecer suporte para melhorar a qualidade de vida. A médica Fabiane Brenner acrescenta que, em alguns casos, também é recomendado que o indivíduo procure por ajuda psicológica como suporte.
Isso porque o impacto na qualidade de vida pode ser significativo, principalmente em jovens e mulheres, devido a questões de autoestima. “Por causa disso, é crucial que o tratamento não se limite apenas às abordagens médicas, mas que inclua suporte psicológico para ajudar os pacientes a lidar com os efeitos emocionais”, orienta.