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Avanços no combate à leucemia

Escrito por: Elessandra Asevedo

A leucemia é um tipo de câncer que afeta a medula óssea, local responsável pela produção das células sanguíneas como leucócitos, plaquetas e hemácias. A doença ocorre quando as células-tronco sofrem alterações genéticas e passam a produzir células imaturas, conhecidas como blastos, que se multiplicam descontroladamente.

Esse processo prejudica o desenvolvimento das células saudáveis. O resultado são sintomas como cansaço excessivo, fraqueza, dores pelo corpo, febre, hematomas na pele e sangramentos. Diante desses sinais, é fundamental buscar a avaliação de um hematologista.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada ano do triênio 2023-2025 são estimados 11.540 novos casos de leucemia no Brasil. Destes, 6.250 serão em homens e 5.290 em mulheres. Esses números correspondem a um risco estimado de 5,33 casos por 100 mil habitantes. Em 2020, ocorreram 6.738 óbitos pela doença no País, o que equivale a cerca de três mortes a cada 100 mil brasileiros.

Segundo a médica hematologista Daniela Dias, do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC), as leucemias podem ser classificadas em dois grandes grupos: agudas e crônicas. As leucemias agudas apresentam sintomas súbitos e progressão rápida, enquanto as crônicas podem ter uma evolução mais lenta.

“Em muitos casos, a doença pode ser diagnosticada em exames de rotina, como o hemograma”, explica a especialista. As principais classificações da doença incluem a Leucemia Linfoide Aguda (LLA), a Leucemia Linfoide Crônica (LLC), a Leucemia Mieloide Aguda (LMA) e a Leucemia Mieloide Crônica (LMC).

Diagnóstico e fatores de risco

A maior parte dos casos de leucemia não é hereditária. Entretanto, algumas síndromes genéticas podem aumentar a predisposição ao desenvolvimento da doença, a exemplo da Síndrome de Li-Fraumeni. Essa condição está associada a uma mutação no gene TP53, responsável por suprimir o crescimento de tumores. Assim, torna o organismo mais suscetível ao desenvolvimento de cânceres, incluindo a leucemia.

O diagnóstico inicial da doença pode ser sugerido por um exame de hemograma, que revela alterações nos glóbulos brancos e até a presença de blastos. No entanto, a confirmação é feita por meio de exames mais específicos, como o mielograma (punção da medula óssea) e a imunofenotipagem (análise de células no sangue periférico ou medula óssea). “Além disso, exames avançados de citogenética como cariótipo, PCR e FISH são fundamentais para classificar o risco da doença e determinar o tratamento mais adequado”, destaca a médica.

Terapias

Os avanços no tratamento da leucemia têm proporcionado melhores taxas de resposta, o que aumenta significativamente as chances de cura, especialmente quando a doença é detectada precocemente. No entanto, isso depende do tipo da doença, da idade do paciente e das características genéticas da enfermidade.

O tratamento geralmente se inicia com a quimioterapia. Entretanto, pode ser complementado com diversas estratégias para consolidar a resposta ao tratamento e evitar a proliferação de células doentes. Entre essas opções estão a imunoterapia, o uso de terapias-alvo (medicamentos orais específicos para determinados tipos de leucemia) e novas sessões de quimioterapia. Em alguns casos, o transplante de medula óssea poderá ser indicado.

Uma das inovações no tratamento da leucemia é a terapia genética com células CAR-T, indicada para casos específicos de Leucemia Linfoide Aguda B (LLA-B). Essa abordagem revolucionária modifica as células do sistema imunológico do próprio paciente para que reconheçam e ataquem as células cancerígenas.

De acordo com a médica hematologista, cada paciente é único e o acompanhamento especializado é essencial para garantir o melhor desfecho possível. “O conhecimento sobre a doença e o acesso a terapias inovadoras são aliados fundamentais na luta contra a leucemia”, define.

Prevenção e perspectivas

Embora existam poucas medidas de prevenção primária contra a leucemia, evitar a exposição a substâncias cancerígenas, como benzeno e radiação ionizante, é essencial. Além disso, manter hábitos saudáveis e realizar exames regulares podem contribuir para um diagnóstico precoce.

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