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Coito programado

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Coito programado é método de concepção natural

Escrito por: Fernanda Ortiz

Engravidar pode ser uma jornada desafiadora para muitas mulheres. Fatores como idade, distúrbios hormonais e qualidade do esperma podem impactar diretamente a fertilidade. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que entre 10% e 15% dos casais em idade reprodutiva enfrentam dificuldades para conceber após um ano de tentativas. Entre as possibilidades de tratamento, o coito programado é uma opção menos invasiva e com menor custo. Assim, através do uso de medicamentos específicos é possível estimular o crescimento dos folículos ovarianos, aumentando as chances de concepção.

De acordo com o médico ginecologista e especialista em reprodução assistida Bruno Ramalho, professor de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB), a técnica é uma estratégia para promover a ovulação e aumentar as chances de concepção. “Ao contrário das técnicas mais invasivas, o coito programado é menos complexo, e inclui a orientação para que o casal mantenha relações sexuais nos dias mais férteis, após a indução medicamentosa da ovulação e monitoramento da resposta ovariana”, descreve.

O tratamento é especialmente indicado para mulheres que não ovulam espontaneamente, a exemplo daquelas com a síndrome dos ovários policísticos. “A indução da ovulação associada ao acompanhamento por ultrassonografia faz com que aconteça uma janela fértil, ou seja, período em que as chances de gravidez são mais altas”, explica o especialista. Apesar de bons resultados, a técnica não é indicada para mulheres sem problemas com a ovulação. Além disso, casais que apresentam outros fatores de infertilidade, como alterações no esperma ou obstrução das trompas, também não são candidatos a usar a técnica. 

Exames e acompanhamento prévios

Antes de iniciar o tratamento do coito programado, o casal deve passar por uma avaliação médica detalhada que inclui exames laboratoriais para descartar problemas de fertilidade femininos ou masculinos. Além da análise de espermas, a avaliação da permeabilidade das trompas também é fundamental, pois o tratamento é ineficaz se ambas estiverem obstruídas. “O acompanhamento ultrassonográfico é recomendado para monitorar o desenvolvimento dos folículos ovarianos, permitindo identificar o melhor momento para as relações sexuais”, descreve o especialista.

O tratamento pode ser tentado por até seis meses, sobretudo para mulheres com menos de 35 anos que não ovulam regularmente. No geral, a técnica apresenta uma taxa de sucesso de aproximadamente 18% a 20% por tentativa. Este índice pode variar de acordo com fatores como as condições de saúde da mulher e outras variáveis, embora a idade feminina seja uma das mais relevantes. Paralelamente, o especialista sugere monitorar as condições do parceiro, uma vez que fatores como a qualidade do esperma e a saúde reprodutiva de ambos impactam diretamente as chances de sucesso.

Diferença

Pelo fato de não envolver a manipulação dos gametas fora do corpo da mulher, o coito programado não chega a ser uma técnica de reprodução assistida propriamente dita. Assim, a técnica se difere da inseminação artificial, que consiste na introdução de espermatozoides diretamente no útero para aumentar a chance de fertilização. “Além disso, se difere da fertilização in vitro (FIV), que envolve a fecundação do óvulo em laboratório, com a transferência do embrião para o útero”, finaliza o especialista.

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