Placas, pinos e parafusos são exemplos de dispositivos ortopédicos utilizados no tratamento de fraturas, correção de deformidades ou em próteses de articulações. Fabricados com materiais como titânio e aço inoxidável, entre outras ligas metálicas, esses mecanismos são desenvolvidos para se integrar ao organismo de forma segura. Apesar do seu importante papel, uma das preocupações comuns entre os usuários desses dispositivos é a possibilidade de acionarem detectores de metais em áreas de segurança, a exemplo de bancos e aeroportos. Portanto, avisar previamente sobre a presença de implantes ortopédicos é uma medida segura para evitar constrangimentos ou atrasos em viagens e no acesso a determinados locais.
Alguns implantes ortopédicos como, por exemplo, o aço inoxidável, podem ativar os detectores de segurança, pois são produzidos com metais que possuem propriedades magnéticas ou condutoras. Entretanto, outros materiais como o titânio têm baixa suscetibilidade magnética, o que reduz a chance de detecção pelos sensores. “De acordo com o médico ortopedista e traumatologista Robinson Esteves, presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBTO), tudo depende do material, de sua localização, peso e tamanho. “Além disso, depende se são implantes de fixação interna ou externa e da sensibilidade dos aparelhos de verificação de metais”, esclarece.
Outros materiais, como cerâmicas e polímeros, geralmente não são detectáveis. Entretanto, são utilizados em menor proporção nas próteses ortopédicas. O médico destaca que dispositivos utilizados para fixação interna, como pinos e placas ortopédicas, geralmente não são detectados pelos sensores em condições normais. “Estes implantes estão localizados profundamente sob a pele, gordura e músculos, o que pode reduzir a chance de gerarem o sinal necessário para ativar os sensores”, esclarece.
Maior risco
As chances de acionamento dos detectores são maiores quando o indivíduo possui implantes feitos de ligas metálicas em regiões mais superficiais ou de maior extensão, por exemplo, no quadril ou joelho. “Nessas situações, os dispositivos estão mais próximos da superfície da pele, o que intensifica o sinal emitido”, observa o especialista. Próteses de cerâmica associadas a componentes metálicos, como parafusos, também podem ser detectadas em função desses elementos.
Além disso, os equipamentos para detecção variam em sensibilidade, sendo ajustados de acordo com o nível de segurança de cada estabelecimento ou aeroporto. Em locais com padrões internacionais mais rigorosos, por exemplo, muito provavelmente os implantes ortopédicos metálicos deverão ser identificados com mais facilidade.
Evite transtornos
Para evitar constrangimentos, recomenda-se informar antecipadamente sobre a presença de implantes ortopédicos pois, caso o dispositivo metálico seja detectado, podem ocorrer inspeções adicionais. “Além disso, é sempre aconselhável que os pacientes tenham um relatório ou certificado médico comprovando a presença de implantes”, acentua o especialista. Este procedimento facilita a abordagem do pessoal da segurança e reduz possíveis inconvenientes, especialmente nos aeroportos para voos internacionais.
