A dieta mediterrânea é conhecida por conter no cardápio diversos alimentos frescos e naturais. Assim, a dieta envolve a ingestão abundante de frutas, vegetais, grãos integrais, peixes, nozes e azeite de oliva. Cada vez mais difundido, esse padrão alimentar tem sido associado a uma série de benefícios à saúde ajudando, inclusive, a aliviar sintomas da endometriose. Essa condição afeta milhões de mulheres em todo o mundo, causando desde desconfortos até dor intensa, infertilidade e outros sintomas debilitantes.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE), 1 em cada 10 mulheres tem endometriose no Brasil. Destas, 57% têm dores crônicas e mais de 30% dos casos levam à infertilidade. Embora não exista cura, uma alimentação adequada pode desempenhar um papel crucial para o bem-estar e a qualidade de vida de quem convive com a doença.
O ginecologista e obstetra Patrick Bellelis afirma que mulheres com essa condição inflamatória podem se beneficiar com a ingestão regular desses alimentos. “Isso se justifica porque os componentes da dieta mediterrânea, como peixes ricos em ômega-3, nozes e azeite de oliva, combatem inflamações”, detalha o médico, que é colaborador do setor de endometriose do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Alimentação balanceada
Segundo o médico, os alimentos que compõem a dieta mediterrânea também auxiliam na saúde da flora intestinal. Dessa forma, evitam a constipação e o consequente aumento dos níveis do hormônio estrogênio, potencialmente prejudicial para quem tem endometriose. “Ao mesmo tempo, essa dieta limita drasticamente a ingestão de alimentos processados e ricos em gorduras trans”, reforça. Muito comuns na dieta ocidental, esse grupo de alimentos pode intensificar a inflamação da endometriose e desencadear um desequilíbrio hormonal.
Sendo assim, a alimentação pode ter um impacto significativo na rotina e na gestão da endometriose. “Vale destacar que, para obter os melhores resultados no tratamento, é fundamental contar com a orientação de um nutricionista qualificado”, orienta. O médico reforça que somente este profissional pode elaborar uma dieta personalizada e de acordo com as necessidades de cada paciente para oferecer uma melhoria real na qualidade de vida.