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Vício em trabalho

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Vício em trabalho pode não ser saudável

Escrito por: Elessandra Asevedo

Estatísticas confiáveis ​​sobre a prevalência de indivíduos viciados em trabalho são quase inexistentes. Apenas dois países – Noruega e Hungria – realizaram estudos nacionalmente representativos. Os noruegueses relataram que 7,3% a 8,3% da população era viciada em trabalho, enquanto os húngaros descreveram que 8,2% da população de 18 a 64 anos que trabalha pelo menos 40 horas por semana está em risco de dependência de trabalho.

Para entender de forma mais ampla, pesquisadores europeus desenvolveram um estudo que se concentrou em 10 mitos sobre o vício em trabalho que permearam a literatura psicológica. De acordo com os autores, aqueles que são genuinamente viciados em trabalho parecem ter um impulso compulsivo para obter aprovação e sucesso. No entanto, podem resultar em julgamento prejudicado, saúde precária, esgotamento e colapsos. “Esse comportamento difere do que pode ser descrito como workaholism entusiasmado, no qual poucos problemas são associados ao comportamento”, pontuam.

Mitos sendo derrubados

Usando dados empíricos e teoria existente, os pesquisadores demonstraram que há evidências para combater cada um dos 10 mitos (abaixo). Assim, concluíram que o vício em trabalho não é um novo vício comportamental, que em alguns aspectos é diferente de outros vícios, e que as consequências do vício em trabalho não são apenas psicossociais. “O vício em trabalho é uma construção psicológica, enquanto workaholism é um termo mais genérico. Portanto, o vício em trabalho vai além da consequência de fatores de personalidade individuais”, pontuam os pesquisadores. Assim, o vício em trabalho positivo não existe e não é um padrão comportamental transitório relacionado a fatores situacionais.

A revisão de literatura mostra, ainda, que o vício em trabalho não é uma função do tempo gasto no serviço, nem é um exemplo de comportamento cotidiano. “Usando a literatura empírica até o momento, fica demonstrado que há evidências para contrariar cada um dos 10 mitos”, reforçam os autores. Sendo assim, com base nessas descobertas, parece que o campo está longe de ser unificado e que há diferentes construções teóricas sustentando diferentes vertentes de pesquisa. O artigo ‘Ten myths about work addiction’ foi publicado em 2018 no Journal of Behaviors Addictions –doi: 10.1556/2006.7.2018.05.

Os mitos examinados

  • Vício em trabalho é um novo vício comportamental
  • Vício em trabalho é semelhante a outros vícios comportamentais
  • Há apenas consequências psicossociais do vício em trabalho
  • Vício em trabalho e o workaholism são a mesma coisa
  • Vício em trabalho ocorre exclusivamente como consequência de fatores de personalidade individuais
  • Vício em trabalho ocorre apenas na idade adulta
  • Alguns tipos de vício em trabalho são positivos
  • Vício em trabalho é um padrão comportamental transitório relacionado a fatores situacionais
  • Vício em trabalho é uma função do tempo gasto no trabalho
  • Vício em trabalho é um exemplo de comportamento cotidiano e nunca será classificado como um transtorno mental

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