Embora o traumatismo craniano seja um tipo de trauma mais frequentemente associado a acidentes com veículos, agressões físicas e prática de esportes de contato, as quedas domésticas também podem causar lesões graves, especialmente em crianças e idosos. Portanto, a prevenção de traumas cranianos deve fazer parte da rotina diária e envolve medidas de segurança que minimizem o risco de quedas, colisões e outros incidentes.
De acordo com o médico neurologista Roger Gomes Reis, do Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM), em São Paulo, os traumas cranianos podem ser causados por impactos diretos no crânio ou por movimentos bruscos e intensos de aceleração e desaceleração. “Esses traumas podem ser classificados em diferentes tipos com base na gravidade, intensidade, extensão da lesão e impacto, que pode ser de leve a moderado ou grave”, sinaliza.
Assim, os traumas cranianos leves, como concussões, podem causar sintomas temporários como confusão, dor de cabeça, tontura e perda de memória, geralmente sem deixar sequelas permanentes. Em traumas cranianos moderados pode haver perda de consciência por minutos a horas, além de alterações físicas, cognitivas e emocionais, exigindo um acompanhamento médico mais prolongado.
Já o trauma craniano que pode causar lesões graves e danos permanentes ao cérebro envolve fraturas, hemorragias e contusões mais sérias. Neste caso, pode levar ao coma ou até mesmo deixar sequelas irreversíveis. “De modo geral, o tratamento depende da gravidade da lesão de cada indivíduo”, afirma o médico.
Acompanhamento
Para traumas leves é importante o monitoramento nos primeiros dias, observando sintomas como confusão e perda de memória. Em traumas moderados a internação é fundamental, juntamente com o monitoramento. Já em casos graves, como fraturas e hemorragias intracranianas, a intervenção cirúrgica se faz necessária.
A avaliação e o diagnóstico do paciente são responsabilidades exclusivas do profissional médico, especialmente dos neurologistas e neurocirurgiões. “O exame neurológico e a aplicação da escala de coma de Glasgow devem ser realizados em todos os casos, assim como uma tomografia computadorizada de crânio, recomendada para todos os pacientes com suspeita de trauma craniano”, orienta o especialista.
Prevenção é fundamental
Para evitar traumas é essencial tomar algumas medidas de prevenção dentro e fora de casa. Por exemplo, o uso de capacetes adequados para motociclistas, praticantes de esportes de impacto, como ciclismo e skate, e no trabalho em atividades de construção civil ou indústrias é fundamental. Além disso, o uso correto do cinto de segurança e da cadeira infantil – obrigatórios em todo o Brasil inclusive para passageiros nos bancos traseiros – é outra forma de evitar traumas mais graves em caso de acidentes.
Ao mesmo tempo, os idosos merecem atenção especial no ambiente doméstico pois, devido à fragilidade óssea e à perda de equilíbrio, são mais suscetíveis a fraturas e lesões graves. “Algumas estratégias incluem adaptar o ambiente doméstico usando tapetes reforçados, boa iluminação e barras de apoio em locais como banheiro e escadas”, ensina o neurologista Roger Gomes Reis.
Ademais, os idosos devem fazer atividades de fortalecimento físico como pilates, fisioterapia e yoga, que ajudam no equilíbrio e na coordenação. Avaliações médicas regulares também são recomendadas, pois problemas de visão, de audição e o uso de certos medicamentos aumentam o risco de quedas e, consequentemente, de traumas.